- Meu medo –
é de que o melhor não seja nem mais causa de elogio.
Lembrando de uma anedota – que escutei do padre Leo –
dizia assim: “meu filho é dependente químico, o filho da vizinha é maconheiro”.
Essa faz lembrar outra que ouço muito, “que bonito ver um jovem na Igreja, se
dedicando; pena que não é para mim”.
O terrível é que na primeira anedota, por mais
preconceituosa que seja, ela protege o que é seu, quem é mais próximo, na
segunda é o contrário embelezamos o que é de fora, está longe, e que coisa mais
deplorável, achar o bem bonito, elogiá-lo, mas não querê-lo, fico me
perguntando, por quê?
Como posso achar bonito, saber que é o melhor, mas
rejeitá-lo? De onde vem tamanha desgraça?
Não tenho uma resposta pronta e acabada. Maas... Não
precisa ser um Freud (pai da psicanálise) para ver que muitos se acostumaram
tanto com os vícios, com a sujeira, que não quer mais o que é o melhor. Talvez
pensemos, faltam força, não concordo (claro há exceções) penso que nos faltam
decisão, coragem, nobreza. Em especial por não admitir que acostumou-se com a
imundice do pecado, de uma vida sem disciplina.
O A.A (alcoólicos anônimos) tem dinâmica
interessante, e correta, deve o membro admitir sua fraqueza, eles se perguntam:
“quem aqui é alcoólatra?”
Podemos fazer o mesmo e perguntar: “quem aqui tem
medo de seguir Jesus?”
Um grande medo é o medo de perder; é tão bonito, mas
vou ter que deixar isso ou aquilo. Que grande mentira essa que afeta tantos
corações. Não se perde!
O ser humano tem a capacidade de se adaptar, e todo
grande dom tem grandes desafios e perigos. O perigo é de nos adaptarmos as
diversas circunstancias até as mais corruptas, mais desumanas ou fúteis e ainda
ilude o nosso coração de vê um caminho melhor, mas não querê-lo, achando que
segui-lo é ter que perder a vida, mas o que se perde são os vícios. E perder os
vícios é a perda mais vitoriosa que se pode ter.
Triste é que, enquanto não tivermos a nobreza de
ganhar tal derrota, Deus será sempre um estraga prazeres. Que coisa diabólica,
ora Deus é ‘fazedor de gostosuras’, ‘feitor de prazer’, como a pitanga me deu
prazer ao paladar hoje pela manhã, a beleza de uma barriguda florida, dá a
visão, o sofrê – pássaro que também alegra aos olhos – com seu canto, ao
contrario do nome faz feliz aos ouvidos, o cheiro da terra molhada que traz
gozo ao sentir seu cheiro, o abraço, o sexo (o ministério celeste adverte, tudo
tem seu tempo), o toque, oferecido pela pessoa amada... Prazeres que produz
algo a mais quando livres. Quando feitas por vícios, geram não só prazeres, mas
igualmente prezas, cadeias.
Os prazeres sem liberdade não nos deixam escolher o melhor, e ainda torturam porque cadeias são grades e não muros, ou seja, podemos enxergar o melhor, ter a consciência do que é o melhor, mas de tão presos, adaptados aos prazeres, como vícios, achamos que não são para nós, para quem vive essa situação. Mas ‘o melhor’ é para todos, como o sol que nasce para bons e maus, o que falta é saber que a gaiola está aberta, fácil? Não! Mas possível.
Termino por aqui, mesmo com muito a dizer, mas é que
acabo de pensar; quem vai me ler essas palavras? Bem provavelmente o jovem
causa de elogio por se doar, então, por favor, mostre alegria em se entregar,
porque o meu medo é de que o melhor não seja nem mais causa de elogio.
Adorei o texto. Concordo totalmente. Acredito que o pior é que o melhor, já nem mesmo é reconhecido como melhor, mas como loucura.
ResponderExcluirEmbora esta loucura seja capaz de nos salvar.
Tem razão Franciely, mas nos resta levar essa loucura ao mais perfeito amor e entrega...
ExcluirAbraço