Ciência sem fronteiras
Diz o ditado
que “de médico e louco todo mundo tem um pouco”. Triste é que o médico,
racional, feito para salvar vidas, matou o louco, emoção.
O poder da
fada madrinha, o médico, a razão, a ciência, nos faz querer ser todo dela, não
só um pouco, mas todo! Lembro-me do que é um hospital, lugar estéril - e é
necessário que ele seja. Médico depois que lava a mão só a usa para a luva descartável.
Mas, infelizmente, a esterilidade do ambiente hospitalar ultrapassa as portas
da enfermaria, chega aqui fora.
É por isso
que o louco em nós tem que renascer, louco não se importa em lavar as mãos e logo
depois dá-la a quem encontrar, não fica se martirizando com pensamentos bobos,
estéreis.
Nosso
coração, depois de tantos vestibulares, passou no “curso de medicina”, tão
concorrido. Todos querem um coração doutor! Todos querem parecer inteligentes e
para isso, têm que matar o que faz arder o coração. Tem que desligar os
aparelhos. E desligam! Há muitas ciências que causam lepra no coração, na alma.
Lepra é doença da insensibilidade, quem tem lepra no dedo mindinho do pé não se
importa em batê-lo na quina da porta. Quem tem lepra no coração, não se importa
em ver gente morrendo, gente se matando.
E o melhor:
sempre haverá os que entenderam que essa fada madrinha, a ciência, é uma
feiticeira, que pode ser muito má se não souber que um mundo real e concreto
não pode sobreviver sem imaginação, magia e encanto!
Por tudo
isso, e além, amo crianças. Acho-as tão maduras. Já viram uma mãe que corrige o
filho, e ele, assim mesmo, corre para chorar nos braços daquela que o corrigiu?
Muita maturidade, eu acho. Muitos de nós crescemos e perdemos a beleza de ser
feliz, deixamos a felicidade, por pensar que muitos nos acharão fracos. Insistimos
em ser médicos, no álcool e nas vacinas, insistimos em nos imunizar, em tomar
todos os cuidados, para não pegar nada de ninguém, e esquecemos que é bom pegar
dos outros o sorriso, o abraço, as mãos!“Bom mesmo é ser bobo”, como diz
Clarice Lispector, porque “os espertos ganham dos outros, em compensação, os
bobos ganham a vida”. Diferente dessa feiticeira, que muitas vezes nos sugere
que vivamos a sós, com nosso álcool em gel e sem pés no chão, a correr o risco
de abraçar e ser feliz, por medo de pegar uma doença “pudinesca” ou sei lá o quê.
Não digo de não nos cuidarmos e evitar uma tuberculose, alerto para não nos esquecermos
de ser bobos por causa de um perdigoto tonto, que pooodee ser que me cause um
resfriado.
Chamo a
Clarice novamente, “o esperto não dorme à noite, com medo de ser ludibriado”,
tem gente assim, não é mesmo? Não dorme à noite, planejando ser feliz amanhã.
Prefiro dormir e ser feliz. “Louco” tem maior possibilidade de ser feliz.
“Louco”, diferente do “médico”, estéril, dá frutos e é feliz fácil...
Um cabo de vassoura vira um cavalo alado, onde ele enfrenta dragões, salva seus amigos e os abraça e nunca deixa sua tão amada felicidade para traz.
Um cabo de vassoura vira um cavalo alado, onde ele enfrenta dragões, salva seus amigos e os abraça e nunca deixa sua tão amada felicidade para traz.
Alan Veloso - com ajuda tão, tão louca de Amanda Santos (Manduti)
Super super... sempre!
ResponderExcluirVc me "enlouquece"!!! Amo!!
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