quarta-feira, 2 de abril de 2014

Que o sono nos cure da mesmice...

Para quem me acenou?
O que seu coração fazia recordar?
A distância não me deixava reconhecer
Ela me dava um adeus
Mas quem mesmo seus sentimentos queriam ter abraçado minutos atrás?
Bom... não sei. Ah! Mas como queria eu sabê-lo
Mas sei que meus olhos viram naquela senhora alguns bons e (e)ternos amigos.

Tudo começou quando estava indo embora, acabará de rezar com um povo que seu olhar dizia que queriam ser melhores que já são, como eu! A sagrada escritura dizia de um homem que passava a enxergar pela primeira vez, era cego de nascença; como deve ser bom ver um pintassilgo ou uma flamboyant pela primeira vez na vida. Quero essa graça de fazer tudo novo de novo. Que o sono nos cure da mesmice. (alguém já deve ter dito isso)
No caminho de volta acenei para uma senhora ao longe, não pude reconhecer seu rosto pela distância, ela retribuiu levantando sua mão, como uma miss, balançando-a num ritmo leve e sexagenário, bonito. O restante do caminho ela não saiu da minha memória e meu coração olhou para alguns retratos pendurados na sua parede. O coração olhou por que imaginava: para quem essa boa velhinha no íntimo de sua alma queria ter abraçado alguns minutos atrás? Afinal antes do adeus há sempre um abraço com gosto de bolo de cenoura e cobertura de chocolate, gosto de Deus. Infelizmente não sei do coração dela, queria saber, conhecer a todo coração. Saber o porque de todos, só para compadecer em vez de julgar.
Diante desse fracasso,  de não saber em quem ela podia pensar, inverti os papeis, quem queria ter abraçado, num abraço de meia hora, minutos atrás? Senti uma angústia, nó que laça o coração, e lembrei do Rubem Alves, o poeta – não outro – que dizia: “prefiro a dor da saudade que a insensibilidade do esquecimento”. “Quero para mim o espírito dessa frase” (Fernando Pessoa) ah! Como quero, a saudade dói, mas recorda do que foi bom e faz querer lutar por vivê-lo novamente, nem que seja num novo amigo que pode tempos depois ser outro “quadro na parede da memoria” (Belchior).
Volto a boa nova, evangelho que faz sentido a vida, porque enxerguei na boa velhinha a feliz dor da sensibilidade. Isso devido a outra lembrança... quando chegava em casa tarde e a casa já dormia, me sentia tão mal, sentia a dor de não ser esperado, como se não tivesse ninguém me esperando em casa, confesso tive medo vi algo que pode ser meu futuro, chegar em casa e não encontrar ninguém - esse medo me fez correr, como o menino Jesus, para os braços da mãe do perpetuo socorro - diante disso conversando com um amiga (Mari) pensamos, acostumar ou não? Claro que não, é preferível a angústia da sensibilidade, não quero ser contagiado com essa lepra, insensível, que faz o coração uma parede só com caricaturas de felicidade. Que na nossa parede tenham quadros como um mosaico, de dores e alegrias e feliz no seu mais profundo. 
Me despeço com o mesmo aceno que dei e ganhei, aceno de quem 
quer ser abraçado... em especial por Deus. Maranata!


AlanVeloso

4 comentários:

  1. Maranatá !!! Estar só nem sempre quer dizer que estamos sozinhos. Não se em algum lugar, qualquer lugar, aqui ou além, tiver alguém que sempre sorri com a lembrança de outrem. Solidão mesmo é ter que chorar sozinho.. Jesus sempre tem Seu colo a nos dar, amigos a nos consolar, e uma Mãe pra nos ninar =) que você se alegre, em toda circunstância, porque Deus é contigo, Tuts !

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    1. Não estamos sozinhos mesmo enquanto houver amigos que Jesus, Nosso Senhor, nos dá nunca e ele própria nutre o "solidário nunca será solidão"... Deus é conosco Matuti. Ele é!

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  2. ah! como quero a saudade que dói...

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    1. Demorei... Mas te respondo... Vc é o uma saudade que dói... E uma lembrança que consola.

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