Para quem me
acenou?
O que seu
coração fazia recordar?
A distância não
me deixava reconhecer
Ela me dava um
adeus
Mas quem mesmo
seus sentimentos queriam ter abraçado minutos atrás?
Bom... não sei.
Ah! Mas como queria eu sabê-lo
Mas sei que meus
olhos viram naquela senhora alguns bons e (e)ternos amigos.
Tudo começou
quando estava indo embora, acabará de rezar com um povo que seu olhar dizia que
queriam ser melhores que já são, como eu! A sagrada escritura dizia de um homem
que passava a enxergar pela primeira vez, era cego de nascença; como deve ser
bom ver um pintassilgo ou uma flamboyant pela primeira vez na vida. Quero essa
graça de fazer tudo novo de novo. Que o sono nos cure da mesmice. (alguém já
deve ter dito isso)
No caminho de
volta acenei para uma senhora ao longe, não pude reconhecer seu rosto pela
distância, ela retribuiu levantando sua mão, como uma miss, balançando-a num
ritmo leve e sexagenário, bonito. O restante do caminho ela não saiu da minha
memória e meu coração olhou para alguns retratos pendurados na sua parede. O coração olhou por que imaginava: para quem essa boa velhinha no íntimo de sua
alma queria ter abraçado alguns minutos atrás? Afinal antes do adeus há sempre
um abraço com gosto de bolo de cenoura e cobertura de chocolate, gosto de Deus.
Infelizmente não sei do coração dela, queria saber, conhecer a todo coração.
Saber o porque de todos, só para compadecer em vez de julgar.
Diante desse
fracasso, de não saber em quem ela podia
pensar, inverti os papeis, quem queria ter abraçado, num abraço de meia hora,
minutos atrás? Senti uma angústia, nó que laça o coração, e lembrei do Rubem Alves,
o poeta – não outro – que dizia: “prefiro a dor da saudade que a
insensibilidade do esquecimento”. “Quero para mim o espírito dessa frase”
(Fernando Pessoa) ah! Como quero, a saudade dói, mas recorda do que foi bom e
faz querer lutar por vivê-lo novamente, nem que seja num novo amigo que pode
tempos depois ser outro “quadro na parede da memoria” (Belchior).
Volto a boa
nova, evangelho que faz sentido a vida, porque enxerguei na boa velhinha a
feliz dor da sensibilidade. Isso devido a outra lembrança... quando chegava em
casa tarde e a casa já dormia, me sentia tão mal, sentia a dor de não ser
esperado, como se não tivesse ninguém me esperando em casa, confesso tive
medo vi algo que pode ser meu futuro, chegar em casa e não encontrar ninguém - esse medo me fez correr, como o menino Jesus, para os braços da mãe do perpetuo
socorro - diante disso conversando com um amiga (Mari) pensamos, acostumar
ou não? Claro que não, é preferível a angústia da sensibilidade, não quero ser
contagiado com essa lepra, insensível, que faz o coração uma parede só com caricaturas de
felicidade. Que na nossa parede tenham quadros como um mosaico, de dores e
alegrias e feliz no seu mais profundo.
Me despeço com o
mesmo aceno que dei e ganhei, aceno de quem
quer ser abraçado... em especial
por Deus. Maranata!
AlanVeloso
Maranatá !!! Estar só nem sempre quer dizer que estamos sozinhos. Não se em algum lugar, qualquer lugar, aqui ou além, tiver alguém que sempre sorri com a lembrança de outrem. Solidão mesmo é ter que chorar sozinho.. Jesus sempre tem Seu colo a nos dar, amigos a nos consolar, e uma Mãe pra nos ninar =) que você se alegre, em toda circunstância, porque Deus é contigo, Tuts !
ResponderExcluirNão estamos sozinhos mesmo enquanto houver amigos que Jesus, Nosso Senhor, nos dá nunca e ele própria nutre o "solidário nunca será solidão"... Deus é conosco Matuti. Ele é!
Excluirah! como quero a saudade que dói...
ResponderExcluirDemorei... Mas te respondo... Vc é o uma saudade que dói... E uma lembrança que consola.
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