sábado, 21 de outubro de 2017

Deus pode e quer!

“Sei viver abatido, mas não esmagado; sei estar em abundância, sem exaltar-me”. Posso todas as coisas naquele que me fortalece. (cf. Fl 4,12-13)
Antes de tudo nunca é de mais lembrar que estás palavras são escritas na prisão, Paulo as escreve encarcerado; um homem preso diz que tudo pode naquele que o fortalece. Mas antes dessa frase ele diz saber viver na riqueza e na pobreza.
Tudo poder em Cristo é saber que n’Ele e só n’Ele há como vencer nossas frustrações, quais são as suas? Desemprego? Relacionamento? Vestibular? Pai? Mãe? Igreja? O próprio Deus?
Seja qual for são Paulo nos ensina que toda a frustração só será superada (superadas como o braço dum rio... do texto Dor. Graça) no Deus que nos faz vencer, mesmo que seja como o Apóstolo, prisioneiro, abandonado, tudo posso é muito mais que saber que temos um Deus do impossível, é experimentar um Deus que mesmo não podendo nos livrar de tantas ciladas da vida, ter a firme certeza que Deus em nós nos faz vencedores, ainda que aparentemente derrotados, porque somos uma ‘raça de gente que mesmo pregados na cruz produzimos frutos ao mundo’.
E apesar de vivermos em uma servidão, desesperadora, das maldades deste mundo, Deus nos garante um libertador que nos ajuda a fazer dessa servidão ao mal trampolim para o bem. Ele nos faz bem, Ele nos convence que tudo podemos! E como afirma Sto Tomás de Aquino; “Deus manifesta sua onipotência sobretudo perdoando”, o poder Divino está no perdão acima de tudo, Ele manifesta seu poder nos perdoando, por isso não vá embora porque não deu certo ou não fez certo; deixemos Deus ser poderoso na nossa história e com Ele aprender a sermos fortes, perdoando... tudo e sempre (70x7, perdoa sempre e tudo).
Tudo posso naquele que me fortalece é sempre ir em frente, por isso enfrente! Yes we can!




sexta-feira, 16 de junho de 2017

Não faça guerra!

                                    Não faça guerra!

Ah! Se fosse mais fácil, se fosse mais automático oouu... No improviso, tudo seria mais bonito? Penso que não.

Tudo isso para falar de paz, de superação, de se superar, de não permitir que nada, absolutamente nada seja motivo de guerra.

Taaa... guerra parece ser algo do Talibã, do Estado Islâmico, do Trump?
Não!! É coisa nossa, de gente, ou melhor, de desgente, não faça guerra pelo desgente, ia dizer neologismo, mas tudo bem, quem sou eu para isso, não sou um imortal da academia de letras, bom e Deus me livre da imortalidade, ‘prefiro uma vida de humano no lugar certo, que uma vida de deus (imortal) no lugar errado’ para parafrasear o Homero, na sua odisseia. Deixem-me ir, em PAZ! J
Se fosse mais fácil ou automático seriamos mais CPU, sem vida, sem fogo nas entranhas, sem desejo, sem Eros e assim corríamos o grande risco de ‘bugar’, de não ser ágape e ver o que seria assiiiim... tão prático e corriqueiro se transforma em algo tão triste, tão insosso, tão des-graçado.

Então sabemos bem! Não é fácil, não é improviso nem mecânico, assim tudo torna mais divino nossa paz, Deus tem nos dado o sagrado dever de não perder a paz por causa do joio, como diria Francisco, papa, “cuida do trigo e não perca a paz por causa do joio” (exortação apostólica Alegria do Evangelho). Sim cuida, cuida de não ser como quem lhe fez isso ou aquilo, cuida dele inclusive, cuida por ser ‘papa’, ou seja, pontífice, feitor de pontes, pontes de paz, quem faz ponte é para chegar ou outro, sim a todo outro, mesmo o outro que lhe tire a vida, nada é motivo para quebrar pontes, nem as razões mais razoáveis, nem a verdade que parece mais forte, porque? Pelo simples motivo de ser amor, de ser cristão!

De seguir o homem de Nazaré, o carpinteiro divino, que fez arte, arte é paz, arte tem o poder de nos levar a outra dimensão, ou melhor, a outro plano, ao céu... Mas por favor... eu estou falando de arte! Ele fez! E a prova é cruz, a horrenda cruz, a lembrança mais forte da humanidade, sim maior, maior que holocausto, maior que preconceitos e crenças, falsas crenças! Por ter sido o homem que “passou fazendo o bem” (Atos 10,38), ninguém passou pela terra fazendo apenas e nada menos que o bem, por isso há outra lembrança mais horrenda e injusta? Não, não existe!

Mas lembro mais uma vez esse fato, que diz a fé católica, aah a fé católica, tão bela quanto esquecida... Trago a fé católica por ser ela quem lembra desse fato de forma real todos os dias em seus altares, por que para ela “é mais fácil  o mundo viver sem o sol que sem a sacrifício eucarístico” (padre Pio), mas um sacrifício que não para na cruz vai até a vida, por que a cruz é passagem, é onde a morte morre!! É onde de fato fica claro que nada, NADA! É motivo para guerrear, seja contra Golias, inimigo público, seja contra quem ta do lado, sim! Do lado, porque o que mais ofende a fé cristã é o cristão que guerreia contra outro cristão, nessa guerra não há mártires. Só existe inferno! Ou seja, distância do amor, de Deus!

Só para ficar claro só quero falar de paz!

Só quero dizer que nada é motivo, nada, já disse? Perdão, digo outra vez, para ser exercitado, por que como também já disse paz não se improvisa nem é fácil. Nada ser maior que a paz é obvio, mas somos chamados a entender que nada é motivo para a guerra!!! Nada é motivo para guerrear, para elevar a voz, por que o amo, o amor “não irrita, não se julga OFENDIDO”, o amor deve ser como o amor, Jesus, que não elevou a voz... “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca” Is 53, 7.

Entender isso é algo tão forte e belo quanto difícil de ser, viver! Entender que para Jesus nem a vida em xeque-mate foi motivo para a guerra!
Nos faz amor Pai! Nos faz pontífices! Promotores de Paz que nada seja motivo para a guerra!


Alan Veloso 













sexta-feira, 7 de abril de 2017

  “Da oficina só a máquina sai aperfeiçoada” Pio XII


    O mundo parece ter se transformado em uma espécie de oficina, onde se vê a máquina sempre com uma atualização, há sempre uma nova versão eletroeletrônica melhor saindo e deixando tantos loucos para tê-la. Existe sempre aperfeiçoamento técnico, mas onde estão os humanos mais polidos? Não perfeitos como o termo (aperfeiçoamento) pode sugerir, aperfeiçoamento humano é sempre se perceber mais gente. É ir em nossas profundezas humanas e descobrir até na miséria uma grandeza chamada Amor.

    A oficina, a industria, produz aperfeiçoamento tão ligeiro e nos chega tão cômodo, é tudo pronto, quanta ilusão pode nos dar, afinal aperfeiçoar o coração, a alma humana exige tanto de nós, há tanta luta, gasta-se tanto tempo e esforço, mas ah!! Uma alma lapidada, afável, produz Amor capaz de encantar, sim o Amor encanta, Amor gratuito, genuíno, Amor ou é gratuito ou não é Amor. O Amor gera beleza, e só para citar o escritor, digo: “A beleza salvará o mundo” (Dostoievski). 
   
    O Amor não busca o Belo, ele O cria, como diz Platão. E por mais que brilhe forte o aperfeiçoamento das mercadorias das máquinas eletroeletrônicas, elas não podem cumprir a proposta de felicidade que oferece. Só o Amor pode cumprir a felicidade ofertada que cada humano coração tem sede.

    Mas o Amor é obra lenta e aparentemente fraco, ainda assim é no Amor que encontra-se forças para vencer o mundo. E dentro de todos nós há um herói do Amor, alguém mesmo fraco capaz de vencer as forças destruidoras do mundo. Essa força vem do Espírito, aquele que permite o “Espírito fluir vê a vida florir”.

    O Amor prepara o paraíso lentamente, o Amor faz o Reino celeste nascer no mundo, no outro e em si mesmo e se da oficina só a máquina  sai aperfeiçoada, do Amor quem sai aperfeiçoado é o coração do homem; e se a máquina hipnotiza a tantos diante das vitrines, o Amor atrai sem que ninguém fique possuído, paralisado, ao contrário o Amor exerce uma atração para a dinâmica do Reino, o Amor real e efetivo nos faz ir ao mundo e apresentar o mesmo Amor que nos encantou e nos alcançou... Esse Amor nos leva a liberdade de estar com Deus mesmo se já estivermos salvos.

     E se o céu for uma garantia não importa o que façamos... Ainda permaneceria com Jesus?

    O Amor produz a beleza de permanecer, mesmo se o céu for uma garantia. 

    Permanecer no Amor é mais que garantia de céu... É viver plantando jardim-paraíso ainda que tudo esteja seco e árido... Ah! Isso é céu não é? J

Alan Veloso


imagem: http://lapidacaodaalma.blogspot.com.br/2011/04/somos-pedra-brutaque-precisa-ser.html

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Mãos que nada paga!

Mãos que nada paga

        “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel” (Jo 20, 27). 
      Tais palavras ainda ecoam no coração, elas não adormeceram, mesmo que a rotina queira esconder, e esconde. Esconde nas chagas invisíveis, esconde aquelas que teimamos em não mostrar por achar que é fraqueza ou mesmo por pensar que não encontrará acolhida.
        Mas a que dói mais são as escondidas pelos anos, pelo acostumar-se, as que olhos já não vertem lágrimas, já não incomodam mais, essas fazem as chagas cicatrizarem, mas só aos olhos, por que elas ainda minam, ainda clama por cuidado. Por amor. Por fé. Por mãos que nada paga.
       As chagas do Cristo, as que Tomé não tocou, eram já as gloriosas. Mas as que hoje devem ser tocadas são de dores e de cruz!
         O domingo da misericórdia trouxe o evangelho citado no começo, que me atrevo a fazer uma analogia. Misericórdia deve mesmo ser por o dedo nas chagas, na miséria do outro, é enxergar o que ninguém mais vê, o que por vezes nem o caído ver mais, ver o que ele tem de bom. Misericórdia deve mesmo ser ‘jogar na cara do outro’ o que ele tem de bom, pedras já foram muitas, não precisa mais.
         Misericórdia deve mesmo ser o desacostumar-se, o olhar de forma sagrada, olhar quem está ao lado e as vezes só vemos o seu erro, a sua mania, a sua fraqueza. Misericórdia deve mesmo ser o voltar a enxergar o outro como algo maior, com a beleza com que fora criado.
       Mas há os de longe, as chagas quase que invisíveis, as chagas que precisam de encontro, de olhar, de cuidado, de amparo, de tempo!
           Por que fidelidade deve mesmo ser colocar o dedo nas chagas, nas feridas do mundo e entender que mais que belas liturgias, é preciso belas ações pelo povo. Afinal não é isso liturgia? Palavra grega que quer dizer exatamente isso – Laós = povo e Urgía = trabalho – E o Cristo continua a nos dizer, “não seja incrédulo, mas fiel”, coloca o dedo na ferida do Senhor que clama... por mãos que nada paga.
Profetisa a canção: “como receberás o sol no outro dia? A luz te lembrará o semblante dele”.
O semblante do Cristo caído e flagelado, mas teimamos em dar-lhes nomes que não são teus, os batizamos novamente com o nome de suas dores, enfermidades e vícios. Mas ainda, diz Deus; “A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra” (Gn 4, 10).
O clamor das chagas abertas do que sofre chega ao céu, e silencia o coração e boca de Deus Pai, vai dizer a teologia que Deus nunca deixa de falar, de criar, sua voz é que sustenta a terra; mas as dores dos pobres tapa a boca sagrada de Deus, o emudece, a única coisa que silencia Deus é o sofrimento do homem, em especial, do justo e do pobre!
Senhor... que o mundo encontre dedos capazes de tocar com cuidado as suas feridas. Que sejamos nós aqueles enviados do Pai “a curar os quebrantados de coração” (Is 61, 1). A tocar com amor, feridas que só cicatrizam  pelo cuidado de mãos que nada paga!
E a história diz dessas mãos:
“O jornalista pergunta a Madre Teresa, que limpa e acolhe um leproso
- Irmã, eu não faria isso nem por um milhão de dólares!
Madre Teresa responde:
- Eu também não faria por esse dinheiro. Faço por amor a Deus e a esse  meu irmão doente” (sem fonte)

Amém!


Imagens: http://pt.slideshare.net/grupodepaisceb/lei-de-amor-e-caridade
                http://santonioaracatuba.com.br/a-boa-noticia/2%C2%BA-domingo-da-pascoa/


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Fazer das pedras penas!

Fazer das pedras penas!

 A alegria de não ser deixado ao se ver caído, brota de quem encontrou amigos e do coração que se permitiu ouvir a voz do evangelho, da boa nova, que sai dos lábios de Jesus, “não vos chamo servos, eu vos chamo amigos” (Jo 15,15).
São esses que estarão do lado do amigo caído, do que não pode, não soube ou mesmo não foi forte o suficiente para vencer uma situação da vida, ou até mesmo perdeu ou errou, querendo ou não acertar. Amigo/Jesus, não olha, a princípio, a motivação ou a fé do caído amigo, amigo é espécie rara de cruz, como a única no mundo que foi/é capaz de salvar, mesmo sem poder sair, sem poder agir, sem poder olhar nos olhos, amigo que se compara a cruz é do tipo de pessoa que mesmo presa, sem ação, produz fruto. Assim deve ser cada Cristão, para lembrar de um homem que sabe da força da cruz, cito o Padre Sávio, missionário entregue a Deus; “antes ia onde queria, mas hoje sou levado por um senhor, arrogante, o doutor Parkinson, que me leva onde ele quer, mas o que ele não sabe, é que somos uma raça de pessoas que mesmo crucificados produzimos frutos”.
Esse é o amigo, esse é Jesus.
Amigo é como cruz porque não para, mesmo que ‘preso’, amigo é o que fica, é o que mesmo sem fazer nada, faz tudo, mesmo sem poder mover uma palha para que tudo seja resolvido, faz com que tudo se torne melhor!
Amigo é aquele que, mesmo que só nos restem as pedras, e muitas vezes não nossas, mas que nos atiraram, assim mesmo ficará ao nosso lado.
Mesmo que as pedras sejam de justiça, como as que a pecadora caída em adultério (Jo 8) levaria em seu corpo, mesmo que seja para cumprir e parecer um bom cidadão, cumpridor de seus deveres, essas pedras serão para um amigo uma boa oportunidade para jogar damas, para que elas sejam transformadas em um bom giz para escrever no chão um novo sonho.

Porque amigo é aquele que supera a lei, ‘justa lei’, com amor. É aquele que não importa o que dizem, o que importa é o que foi vivido, não importa o que aconteceu em um dia ou dois, eles não são capazes de superar os anos vividos.
Amigo/Jesus, será sempre esse, que não vai embora por um ato, mas fica por que se lembra de toda a peça, fica exatamente pelo que se viveu, não pelo que foi dito ou feito em um momento, mas porque ser amigo é saber quem o outro é, e isso não implica ser conivente, mas sim ser acolhedor e saber que quando todos estão a dar lição de moral, não se precisa falar a verdade, ou o que deveria ter feito, acolher quando todos se afastam é coisa de amigo que entendeu que a melhor forma de dizer que o outro errou é abraça-lo é convencer que não vai embora e o lembra, maia adiante, que os limites são uma bela forma de ser divino, Miguel, (quem) como Deus, de transforma cruz, pesada e que traz morte, em uma vida leve e que leva vida ao próprio coração, e ao mundo, que ainda não sabe que mesmo que não seja amigo é necessário ser humano.
A humanidade precisa de seres humanos, não de juízes ou justiceiros que preferem defender os inocentes dos delinquentes com a morte do malfeitor, esses não entendeu que o Deus encarnado, quer outra justiça, a justiça de Deus, encarnado, ou seja, ser humano, é transformar o malfeitor em um ser benévolo e até vítima de um mundo que não aprendeu a acolher em vez de atirar as pedras. Perdoar é mais que se livrar do peso da consciência, é querer que o outro, aquele que errou, seja melhor do que seu erro.
Assim, quando só restarem as pedras não haverá só amigos, mas humanos, ou melhor, nem pedras haverá, por que aprenderam a diferença entre a justiça das pedras e o amor do perdão. A justiça das pedras não pode transformar um erro em acerto, é exatamente isso o contrário de pecado, acertar, que do grego quer dizer errar o alvo (Hamartia, hamartia, latim, pecata = pecado). E acertar o alvo só será possível quando as pedras se transfigurar em penas, leves e que ainda fazem cócegas.
Que não faltem amigos! Que não falte Jesus! Que não falte penas!

Imagens: http://tudo-pelo-meu-jesus.tumblr.com/post/124581308279/jovem-abencoado-feliz-dia-do-amigo-3
                     https://imagensbiblicas.wordpress.com/2008/05/29/jesus-e-a-mulher-adultera/

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Entre liberdade e a obediência
 – O AMOR –


A liberdade sempre será uma prova de amor, a liberdade é a loucura de Deus por nós, a sã loucura de Deus. Sem a liberdade seriamos facilmente D’Ele, mas Deus, o Nosso Deus, Ele não é como um sádico que prefere a presença, mesmo que seja presa e, assim vazia, sem paixão e gratuidade. Forçar a presença é um gesto de egoísmo que não toca corações, mesmo se este seja um coração que haja amor.
Sartre, filosofo ateu, grande teórico da liberdade, não pôde compreender o amor de Deus, falará ele que, seria impossível sermos uma criatura divina, porque se fossemos criados não teríamos liberdade; faz sentido, um microfone, como ele poderia dizer, por exemplo, é criado para amplificar nossa voz, ele não tem vontade de ser um soldadinho de chumbo ou um soldadinho voante, o passarinho, ou seja, o que é criado não é livre. Nessa lógica o Sartre tem razão.
Mas aqui se encontra a loucura de Deus, ele podia ter criado sem liberdade, ter criado só para amá-lo, ou seja, presos, sem escolha, e essa é a maior essência da liberdade, a escolha. Sem escolha não há liberdade. Mas o amor de Deus não se compara a razão humana, que pensa ser elevada ao ponto de se ensoberbecer e se achar no direito de falar do amor, e mais, do amor que há na criação.
Razão humana!!! Deus pode criar e deixar livre! Isso é amor, uma criação não do acaso, mas do amor, que brota do coração da Trindade Santa.
O Rubem Alves tem razão – e foi assim que Deus criou – ao dizer que; “Amar é ter um pássaro pousado nos dedos”, esse pode ir embora e isso será amor. Ficar podendo ir é amor verdadeiro, é amor que não intimida, nem oprime.
Mas afinal, obedecer é um limite da liberdade? É fazer o amor ser preso? É colocar-lhe uma algema?
A resposta é simples, não!
Mas difícil mesmo é ser simples, como diz a canção. A obediência é marca de amor, porque obedecer, sem ser forçado é ser pássaro pousado no dedo de Deus, obedecer-lhe, ouvir sua voz e cumpri-la é sinal de que o amor chegou no coração e só assim a liberdade de poder ir embora será vencida pelo amor que prefere ficar.
Toda essa reflexão seve para a vida, para todo e qualquer relacionamento, seja com os familiares, seja com amigos e superiores, o amor é quem faz, mesmo querendo fazer o que parece até mesmo ser melhor, corresponder a voz do outro.
O amor ficará no meio da briga que se trava em cada humano coração, porque só ele pode apaziguar tamanha confusão, sem o amor haverá intrigas impossíveis de serem resolvidas, sem amor não se pode viver como gente.
Que cada ser humano aprenda com Deus, só o amor pode compreender, que o outro não escuta, aquele que manda sem razão, que prefere prender a deixar ir, intervindo com a ilusão de proteção, que antes de acolher, sufoca com sentimentos vazios. Para não se perder em ilusões é necessário amar, o amor faz com que aquele que se foi, volte, não por perder mais a frente, mas por lembrar que o bem que o amor produz não será encontrado em esquinas de prazer. Como o filho prodigo, que volta, não simplesmente por perder tudo, mas por lembrar que na casa de seu pai há pão com fartura, não se volta para onde não há fartura. Não se volta para onde não há amor em acolher quem deu as costas.

Assim, antes de se preocupar com medo de que alguém possa partir, se preocupe em amar, porque quem é amado mesmo que se vá, por ilusões, voltará, amor é uma prisão que prende sem amarras e solta sem deixar de tocar.

Fonte das fotos:  http://www.catedralieq.com/home/a-obediencia-traz-sucesso/
                                      https://amorbaseadonabiblia.wordpress.com/2014/12/03/leis-do-relacionamento-lei-da-obediencia/
                                      http://642projeto.tumblr.com/
                                      http://www.gospel10.com/downloads/papel_de_parede--liberdade--2916

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Advento. Afinal que tempo é este que está por vir?

O que poderemos levar ao mundo de mais novo, de mais forte e mais belo? De mais felicidade e sentido?
   A pergunta me vem porque, o advento é exatamente isso: vida nova, mas uma vida nova em Cristo, e isso significa que uma transformação tem que acontecer, revela também que a vida antes de Cristo era ‘velha’, como algo pejorativo mesmo, sem sentido e sem felicidade.
   Mas como dizer aos nossos amigos, jovens, que suas vidas andam sem sentido? Ora se muitos nos diz viver o lado bom da vida? Aqui me lembro das Bodas de Cana quando após o milagre, de transformar a água em vinho, o cerimonial da festa disse ao noivo “primeiro serve o vinho bom e depois o menos bom, mas você deixou o melhor para o final”Jo. 2;10 ; pensamos que é o momento ‘mais bom’ de nossas vidas até que Jesus entra e acontece o milagre das Bodas, o melhor ainda estar por vir, mas fazem-nos acreditar que Cristo é o menos bom, e talvez nunca experimentaremos que Ele é a plenitude, o melhor de tudo!
   É o que aconteceu na vinda de Cristo, a plenitude dos tempos enfim nos chegou, e essa plenitude só ocorre quando a vontade de Cristo se uni  a nossa.
   Volto a mensagem das Bodas, pois vivemos pensando ser o melhor dos nossos dias, mas infelizmente  é um ledo engano, ou melhor uma ilusão, que é o melhor que eles podem fazer, nos iludir,enganando-nos a ponto de pensarmos que não há nada melhor do que o que experimentamos no mundo hoje, mas Deus não quer o melhor, Deus quer a plenitude de nossas vidas, Deus quer muito mais do que imaginamos ou sonhamos, Deus nos quer completos, inteiros, na felicidade que transcende as horas e os dias, porque talvez é essa a felicidade que vivo; de momento.
   Por isso acredito que vamos fazer com que o mundo entenda, que advento é real, existe, que viver uma vida melhor do que a que o mundo vive é possível, mostrando com nossas vidas a alegria de receber o menino-Deus em nossos corações.
   Que o Cristo venha, advento, que esse tempo novo venha, que o Amor venha e que ele não passe sem que muitos entendam que uma vida nova e mais feliz é possível.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Arca do Amor

Arca do Amor!!

Houve em tempos remotos uma outra arca, a arca da aliança, nessa arca os Hebreus transportavam o que de mais tinha de sagrado; as duas tabuas da lei que Deus deu a Moisés no monte Sinai, por isso ela era para esse povo a própria presença de Deus.
Mas antes de aportar na arca de amor, recordo da deusa Minerva, deusa da justiça, que nasce da cabeça de Zeus, que a devorou. A justiça pesa na consciência enquanto não nascer; pena que em muitos já não há peso da consciência. Mas o que quero mesmo é lembrar da imagem de Minerva, que é uma mulher que tem em uma das mãos uma balança e na outra uma espada e o mais interessante, os olhos estão vendados, para mostrar a imparcialidade, todos são iguais para a justiça, ou deveria ser assim.
Aqui me lembro do que dizia outros antigos, Deus vê tudo, dava medoo! Mas então descobri que Deus vê tudo mesmo, mas essa história é contada de forma errada, Deus vê tudo e isso é uma graça, ou seja, Deus sabe de cada porque, de cada porque do meu erro, do meu limite e por isso antes da lei Ele nos “olha com amor” (Cf. Mc 10).
Agora lanço âncora na arca de Amor, Maria, nova arca, que da mesma forma porta a presença real de Deus. João, o Batista  (Cf. Lc 1,44), assim confirma tendo diante de Maria o mesmo gesto que o Rei Davi teve diante da arca da aliança (2Sm 6,14), ele saltita frente a presença da arca, que porta não mais simplesmente a Lei, mas o amor; mesmo que Jesus seja a Lei e os Profetas, sua Lei é o amor, sua profecia é Amor.
Isso para nos mostrar que somos antes de tudo portadores de amor, não de Lei, a vida mostra que a Lei não converte corações e mais triste não para gatilhos. Na sociedade civil há uma Lei que tem como pena de reclusão de 6 meses a 20 anos para assassinato, a tal Lei não impediu que um amigo, de coração graaande, MB (Missionário Bom Samaritano) e tantas e tantas vidas fossem e sejam levadas por armas que leis não param.
Ah! Mas acredito que o amor pode parar gatilhos, Jesus para gatilhos, com o amor “armas serão doces e balas serão de chocolates” (música: Balas de chocolate – Expresso HG).
Desculpe se pareço ingênuo, mas prefiro ser ingênuo e “com poesia ensinar nossa fé” (Música: Vou cantar seu amor – Pe. Fábio de Melo), que ter a frieza da lei debaixo dos braços apontando o erro alheio, lembro de Bento  XVI que dizia sobre a verdade, tenho medo dos apologistas da verdade, ele disse que o anúncio deve ser de um “amor cheio de verdade” (Encíclica “Caritas in veritate”) e nunca uma verdade sem amor, uma lei seca e fria, que não tem a força da sedução, assim não se parece com Deus que nos seduz... Que o diga o profeta Jeremias – Jr 20,7
Essa arca se faz hoje, como diria o Papa Francisco, como um hospital de campanha, que nas guerras tem a missão de curar os que ficam feridos pelo caminho, sem perguntar nada, só cuidando de seus ferimentos.
Que o Espírito Santo, pai dos pobres, hospede da alma, nos ajude a ir a TODOS com amor, com ardente amor, porque o amor cobre uma muuultidão de pecados (1Pd. 4,8).


                                     Antes de tudo o Amor!!

Aaah!! Com a ajuda da amiga Luuua, que chegou e me alegrou!!! E de Rafa Gomes, futuro Advogado!

Imagens: www.vermelho.org.br
             arcadaalianca.com.br 
             www.portugalweb.net 
             www.arturfidalgo.com.br

quinta-feira, 25 de junho de 2015

UM AMOR QUE NOS CONSTRANGE OU QUAL O PREÇO DO AMOR?

Um amor que tanto me constrange; como pode nosso Deus ser tão amor? Como pode Deus com toda sua onipotência não nos subjugar? Como pode Deus em seus poderes – onipotência, onisciência, onipresença – não usar, como os poderosos deste mundo, para um proveito egoísta? (nos converter em um estalar de dedos por exemplo?) Como pode com todos esses atributos nos compreender?
  A violência com que o amor de Deus atinge meu coração é algo que o deixa tão pequeno, principalmente nos dias “maus”, nos dias que “não faço o bem que quero, mas o mal que não quero” (Romanos 7, 19). Esses dias me lembram que Deus só pode mesmo me amar, e com um amor que não é como esses que por ventura encontramos pela vida, amores que não sabem o que é a grandeza de se entregar e se esvaziar para que o outro se sinta acolhido, com seus limites e virtudes, o amor de Deus deve mesmo nos envergonhar. Por que mesmo sem possuirmos méritos nenhum, ele tem capacidade de transformar, de alterar a situação de vida daqueles que o aceitam e permitem serem amados. Tudo isso por que é um Amor fiel, desinteresseiro, gratuito,  autêntico e eterno.

Lembro-me do profeta Jonas (cap. 4) que toma coragem e assume sua missão – qual é a sua? – Jonas ao partir de Nínive, armou uma tenda, mas o sol estava quente e por isso o Senhor fez crescer um pé de mamona que o aliviou, com isso Jonas se alegrou, no dia seguinte Deus envia um verme que destruiu a mamoneira. Jonas se entristece e deseja a morte por causa da falta do pé de mamona, e o Senhor o pergunta: “Jonas, tu tem compaixão da mamoneira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer, que numa noite nasceu, e numa noite pereceu; E não hei de Eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda?”
Somos tão Jonas, nos entristecemos por coisas tão “baratas”, nos envolvemos em afazeres tão pequenos, colocamos nossa existência, nosso coração–tesouro em lutas tão ilusórias, somos uma espécie de Dons Quixote modernos, que fazem da luta contra moinhos de vento a razão da nossa vida, talvez por isso que vivemos tão sem sentido, criamos razões de viver tão sem raízes. Como Jonas, nos preocupamos com a mamoneira, mas e aquele que de mim precisa e não simplesmente precisa de meu fazer, porque o mundo grita por um estar, por uma presença que mídia e um ser virtual não conseguem suprir, não consegue porque até o virtual fica sem presença, são tantas mensagens privadas para responder, que tira do encurtamento das distâncias a alegria de ficar perto, essa se esfarela, porque não estamos nem mesmo ali, estamos em mil lugares, fazemos o milagre da bilocação, mas esse se torna uma maldição do qual o demônio roubou a graça.

Como considera o sociólogo polonês Zygmunt Bauman vivemos numa “modernidade líquida”, “em tempos líquidos” em que quase nada é feito para durar. Os relacionamentos escorrem das nossas mãos por entre os dedos feito água, tão facilmente, são cada vez mais frágeis e flexíveis, gerando assim dúvidas e inseguranças.


E Deus continua a nos amar incondicionalmente mesmo que não seguimos seu exemplo, mesmo que sejamos covardes e não tenhamos a coragem de fazer do amor a nossa lei. “O amor é o cumprimento da lei” (Romanos 13,10). E Deus continua a nos amar! 

E Deus continua a ser amor porque o amor não se cansa, o amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1Coríntios 13,7). Não se trata de um amor pela metade, mais ou menos; é Tudo. E Deus continua a me constranger, a me levar a uma vergonha infinita, que deve fazer com que cada coração queira, mesmo fazendo o mal que não quer, ser melhor, ser como Deus, e ser como Deus é amar e não ter super poderes que nos blinda contra o pecado, enquanto buscarmos combater o pecado que nos afasta de Deus Pai, do amor, vamos sempre perder, mas o dia que tivermos a audácia de fazer de nossa vida um dom, dai sim, dessa ousadia brotará a resposta às perguntas que atinge o coração do que crer, porque só o amor pode entender quem ama. Por que no íntimo aquilo que nosso coração mais deseja e sente é a necessidade de algo verdadeiro.

Só o dia que nossa alma entender que a simplicidade é a chave do coração de Deus, que a vênia a eucaristia, tão simples e insignificante – diante de um mundo de imagens externas tão extravagantes – nos leva a saudar com um amor similar, se não idêntico, àquele que não merece, que é só mentira e inutilidade, ao que externamente é só decadência visual, moral, física e espiritual.

Que o amor tenha sempre a força de constranger, por que ele sempre parecerá fraco; nunca me canso de lembrar do bispo Benvindo, do livro “Os Miseráveis” Vitor Hugo, que vence o mal com uma piscadela, e com esse gesto inútil e fraco – o amor parecerá inútil e fraco em muitas situações – ganha o coração do pecador.

O dia em que em que percebemos que fomos criados no Amor e para o Amor; que nosso coração deve desejar intensamente aquilo que é verdadeiro e infinito... O dia que tivermos a força da compreensão e não da condenação seremos outros deuses, por que o amor nos faz como Ele, o eterno e verdadeiro Deus. Nesse dia veremos que o que importa é o coração!!!


“Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmo...” (2 Coríntios 5,14)

Alan Veloso - editora freelancer :) Gi Martins, obrigado Giiiii.


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segunda-feira, 2 de março de 2015

Cireneu

Cireneu


Aquilo que se inicia forçado...
Transforma-se em entrega gratuita
O medo de ser julgado...
Em compaixão por quem sofre
A metamorfose alcançou o curioso antes dele ir     
E o fez permanecer até o fim...
Com a graça, a cruz se transubstancia
O madeiro pesado aos ombros
Se torna julgo suave.


Ao saírem, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus. Mt 27, 32


Alan Veloso





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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Tudo é graça!!!!

Tudo é graça!!!!
Graças aos meus erros
E aos erros dos meus

Há olhos que veem flores, há olhos que veem sujeira. (Ruben Alves, se ele não escreveu, inspirou)
Ando aprendendo a aprender com tudo. Tudo tem algo a nos ensinar. A humanidade é fonte de erros, mas que não para nos erros. 
No início de minha juventude aprendi como fazer uma ‘máquina do tempo’, é, aprendi que a melhor forma de concertar o passado, é aprendendo com ele, não tem como voltar no tempo cronologicamente, para fazer de modo diferente. Então a melhor coisa a fazer é concertar o passado, e isso se faz aprendendo com ele, viver o presente melhor do que se viveu o passado.
Em vez de ficar pensando, ou martirizando – martírio estéril, inclusive – como devia ter feito nessa ou naquela situação devemos pensar como vamos viver as novas situações, por que não vamos mais viver o que se foi. Quem vive pensando como devia ter vivido, vive de novo o erro que viveu.
Com os meus, aprendi por exemplo com meu pai a não me embriagar, o seu alcoolismo me mostrou que esse caminho pode nos roubar tudo, como fez com ele, mas Deus ainda assim me deu um pai, meu pai mesmo com seu “espinho na carne” (2Coríntuios 12,7) soube ser pai, saudade de quando ele chegava em casa e assobiava, era nosso código secreto, mesmo que todos sabiam, para mim era algo secretíssimo.
A graça do alcoolismo do meu pai vem de sua dor em não querer viver do álcool, isso me ensinou a não querer viver o mesmo. Sua luta me mostrou que aquele caminho não devia ser trilhado.
Minha mãe foi instrumento de Deus, lapidou o dom que Ele me deu, minha mãe fala, as vezes o que não deve, mas muuuitas vezes o que o outro necessitava ouvir, e isso afasta muitos, porque nos acostumamos a ouvir só o que queremos. Quando falam o que não queremos é mais fácil excluir a querer lutar para ser diferente, melhor, mais belo.
Ao falar em dom, dom da fala, fica claro para mim dois
ensinamentos, a começar da falta de claridade da minha fala, inúmeras vezes escuto um: “não entendi, pode repetir?” Eu mesmo não sei falar, me ensina isso que dom é gratuito, não se precisa merecê-lo Deus simplesmente o concede e depois porque entendi, pelo menos na minha vida, que dom é facilmente descoberto quando você se pega usando-o para o mal, isso ensina que se não lapidar o dom, graça de Deus, acabo usando para o mal.
Voltando aos meus erros, sou tão nervoso e nada acolhedor, mas isso me mostra que o dom de Deus em mim me faz paciente e com o coração aberto para receber o que o outro tem para me dar, tem para ser, tem para ser cuidado.
A graça dos erros é sempre muito sagrada, porque Deus se mostra no seu amor e na sua grandeza, a graça mostra ao coração que nossa alma só pode ser bela se Deus estiver tomando conta daquilo que é mais íntimo, deixando de ser ‘baú aberto’, baú aberto não guarda tesouros (por uma 'curtida' muitos se expõe de forma tão tosca), por isso há tantos em pedaços e por isso Deus se faz artista, fazendo de nossos cacos, mosaicos maravilhosos, erros que nos transubstanciam, transfiguram-se em acertados, Deus faz de nossos fracassos vitórias, de nossas misérias possibilidades, de nossos medos audácia.
Porque quando estamos fracos é ai que somos fortes (cf. 2 Coríntios 12, 10)

 AlanVeloso

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014


  
 Porque a prostituta me precede? (Mt 21, 31b)
Porque o publicano é elogiado? (Lc 18, 9-14)
Porque uma ovelha a noventa e nove? (Mt 15, 3-7)
Porque de braços abertos para o filho que gasta tudo? (Lc 15, 31)
  

Confesso me perturba, mas também me consola, em especial por que não é uma prostituta convertida que o Senhor fala, de onde vem essa precedência? Não tenho para onde correr, só me resta a graça, graça que basta, graça que não olha o merecimento, graça que não se corrompe, palavra milagrosa que tem sentido nela mesma, de graça, que tem graça, que não precisa trabalho, o labor nosso é querer o que se doa, aceitar a graça e torná-la preciosa, prostituta que se orna de graça preciosa nos precede e nos acolhe no Céu. 

   “Fariseu” que não é 'pecador', que cumpre seus preceitos, vive de merecimento, coisa chata ter amigo que faz tudo para merecer nossa amizade, esse não fica muito ao nosso lado, amizade não necessita estar preso a acertar sempre. É por isso que o Senhor elogia o publicano, amigo não precisa acerta sempre, mas se perdoar, só ama quem já (se) perdoou; o elogio nasce dai, preferível um amigo que erra e pede perdão, que um que só nos mostra o que acha ter de bom, bijuteria.

   Nesse falta generosidade, talvez mais, falta confiança, generoso é quem doa dinheiro, bens, tempo, “quem confia doa a si mesmo” Jean Vanier, homem que conhece a graça, fundador da Arche, que cuida de deficientes mentais.

   Mas a graça se torna ainda mais surpreendente quando ela se faz de pastor, que vai atrás de uma ovelha, ovelha que pode ser publicano ou fariseu, prostituta ou sacerdote, pecador confesso ou pecador indiferente, não se sabe, simplesmente vai; deixando noventa e nove, graça não para em perguntas racionais, como: será que é gorda e forte? Será que vale a pena buscá-la?

   Quem se acha entre as n9venta e n9ve corre o risco de recusar a graça – que alcança quem não “merece” – corre em direção contrária do Deus Emanuel, Deus compaixão, que se esvazia (Kenosis, Filipenses 2, 5-11), que sofre do mesmo “pathos”, do mesmo sofrimento, “que carrega sobre si nossos pecados” (Cf. Isaías 53, 4), há pessoas que faz o caminho contrário – me recordo da expressão: “em país de fugitivos, quem corre para o lado oposto parece estar fugindo”.

   Queremos ser Deus, ó Adão! Deus quis ser homem! Queremos ser Deus no que não podemos, não podemos não pecar – obrigado Papa Francisco: “O lugar privilegiado para o encontro com Jesus Cristo são os próprios pecados. Se um cristão não é capaz de sentir-se pecador e salvo pelo sangue de Cristo, é um cristão pela metade do caminho, é um cristão morno”. (HOMILIA: QUINTA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO) – mas podemos ser Deus, ser como Ele, no amor, na graça.

   Podemos quando somos filho pródigo e pai misericordioso e não insistindo em ser filho mais velho, que da birra ao ver a graça sendo dispensada a quem não merece. Filho mais velho briga com o pai, Deus de compaixão, por ser “merecedor”, por sempre estar na Igreja e não ter o que o filho pródigo teve, ora exclama o pai, como não!! Tudo que é meu é seu - ainda vive esse risco, de estar na graça e não se lambuzar, como criança com brigadeiro, se ‘invernisão’ de santidade e ficam impermeáveis.

   Quem não vive sob a graça só vê desgraça, só joio, mas estar na graça é nunca perder a esperança, que nos move, que nos faz acreditar que Deus age na história, acolher sempre o que está(va) perdido, o que quer se achar, é sempre “cuidar do trigo e não perder a paz por causa do joio” (Papa Francisco - Evangelii Gaudium. nº 24), santidade do Deus compaixão é salvar o que está perdido, é levar a graça a quem não merece, sem causar a imposição da conversão, graça não impõe conversão, mas sim! O segmento a Jesus torna a graça preciosa, não buscar melhorar faz da graça uma bijuteria, valorizar a graça é viver “achado” por Deus, somos o seu reino, ele deixou tudo e veio nos comprar (Cf. Mt 13, 44), Cristo nos achou, somos seu tesouro escondido, “perdido”, Deus procura o escondido, vai em busca do perdido apaixonadamente.

      Acredito nessa evangelização, ela não impõe conversão, mas move o coração “achado” para uma entrega gratuita, uma graça! Conversão!!!

   Deus! Dai-nos a alegria de tornar sua graça preciosa, santifica-nos, faz-nos compassivos. Faz-nos ir buscar os perdidos e mostrá-los que podem ser tesouros achados.

   Diante de tudo isso, os porquês, indignados, se tornam tranquilos e serenos amém... Não amém inertes, mas amém que movem corações, movem para o amor, para a compaixão.

   Sofrer da mesma dor... Esse é o modo de sermos como Deus!!!


   
  
  
 AlanVeloso

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